Episode 237: A nightmare with the credit card
Intermediate Portuguese With Portuguese With Eli - Un pódcast de Eliaquim Sousa - Jueves

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If you'd like to join us in our weekly conversations, please visit https://portuguesewitheli.com/cah. And here is the monologue for your benefit. Sei que vai ficar parecendo uma reunião do AA, mas, oi, bom dia, sou o Luís e estou há cinco meses sem usar o cartão de crédito. Minha história com o cartão começou ainda na universidade. Na época, eu estudava sociologia e não tinha nenhuma preocupação financeira. Na verdade, o único aperto que passava era na hora de subir no ônibus. Então levava uma vidinha boa. Não comprava tudo o que queria, mas tinha tudo de que precisava. Mas como se sabe, o cão está sempre à espreita, para desvirtuar as ovelhas do Senhor. Um dia eu estava passeando no shopping quando uma dessas moças que vendem cartão de crédito me abordou. “O senhor já tem cartão?” Respondi que não, que era apenas um universitário e não tinha renda. Ela sorriu e disse: “Mas o senhor tem crédito pré-aprovado conosco! Só precisa me informar uns dados e vai ter um cartão novinho sem anuidade no primeiro ano.” Pensei: que mal tem? Não ia gastar em muita coisa. Só precisava para uns livros e um cineminha aqui e ali. Então acabei cedendo e fiz o cartão. O limite que me deram era de três vezes o salário-mínimo. Três vezes! Você sabe o que é isso na mão de um jovem inconsequente de 19 anos? Era um convite para a ruína! Jurei para mim mesmo que não o usaria, mas, sabe, quando saiu o novo modelo do iPhone no mercado, todos os meus amigos o tinham. Eu sabia que não precisava, mas podia parcelar em 24 suaves prestações... e caí na tentação de o fazer. Ai, se arrependimento matasse... As três primeiras faturas, paguei antes do vencimento. O banco tomou esse ato por uma capacidade de pagamento maior e me deu mais limite. Me segurei como pude, mas, sabe como é, né? Antes, com os cartões que tinham chip, ainda era necessário inserir o cartão na máquina, mas agora com esses de aproximação... tudo ficou tão fácil. Se dava vontade de tomar sorvete, passava o cartão. Ih, uma visita inesperada? Passa o cartão. Está faltando roupa para a festa? Passa o cartão. E fui passando e passando até que bum! Estourei o limite pela primeira vez. O cartão foi bloqueado. Foi uma miséria. Comecei a pagar só o mínimo todo mês. Entrei no rotativo. E todo mês era mais e mais que tinha de pagar. Virou uma bola de neve. No fim, tive de trancar a faculdade, conseguir um emprego às pressas, fazer outras coisas por fora e quebrar meu cartão, para não fraquejar outra vez. Agora estou empenhado em limpar meu nome e nunca mais contar com esse “fiel escudeiro”, o cartão de crédito.